O DR. MANOEL JOSÉ FERNANDES, nasceu na cidade de Caicó — RN,
a 11 de dezembro de 1834, sendo filho de Cosme Damião Fernandes e de Izabel de
Araújo Fernandes. Casou-se duas vezes. De sua primeira esposa não foi possível
adquirir nenhum dado, a segunda foi Maria Ementa de Araújo Fernandes. Desse
segundo casamento construíram uma numerosa prole.
Formado em Direito pela Universidade da Bahia, na turma de
1861. Em 10 de fevereiro de 1883 recebeu o cargo de Juiz, ficando pelo Seridó,
onde exerceu suas atividades nas comarcas de Jardim do Seridó, Caicó e Acari.
Foi grande conhecedor da lei, por isso recebeu o título de Patriarca da Justiça
do Seridó.
Dr. Fernandes, como era conhecido popularmente, recebeu um
ofício do Presidente do Superior Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte,
sua nomeação como desembargador. Era o Juiz mais antigo. Porém, o Juiz Dr.
Fernandes não quis ser desembargador, agradeceu. Queria continuar sendo Juiz de
Direito no interior. A razão da recusa se baseava na dificuldade de sua
adaptação à vida em Natal. Precisaria ambientar-se, abandonando o que
construíra com amor e tenacidade. Na verdade não queria deixar Jardim do
Seridó, terra em que morou por tanto tempo e amava.
Dr. Fernandes não via compensação na permuta das togas, ambas
honradas de compostura e dignidade em muitos anos de judicatura veneranda
Em Jardim do Seridó, além de ter sido o 5° Juiz de Direito
(1892-1898), adquirira uma pequena propriedade que denominara "São
Cristovão", transformando-a, com paciência e carinho, num aprazível pomar.
Desfrutava de grande popularidade e amplo círculo de amigos, entre eles
intelectuais do estado como Pedro Velho, o senador poderoso
Aqui em Jardim viveu, sereno, cultivando a terra e os
corações familiares que o enalteciam, vindo a falecer numa quinta-feira maior,
28 de março de 1907. Sepultou-se no dia seguinte, sexta-feira da Paixão.
FONTE –
LIVRO “UM PASSO A MAIS NA HISTÓRIA DE JARDIM DO SERIDÓ, DE JOSÉ NILTON DE
AZEVEDO
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